África do Sul: Trabalho voluntário – Lion Park

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Minha experiência na África do Sul aconteceu há mais de 4 anos. Muita coisa mudou neste período, mas como este blog começou com os relatos dessa viagem, acho importante finalizar com um resumo sobre o que de fato me levou para a África do Sul: ser voluntário no Lion Park.

O Lion Park esteve envolvido em grande polêmica após o programa 60 Minutes da CBS denunciar que o parque criava leões com o objetivo de vendê-los para caça; o parque contestou as acusações e afirmou que iria processar a emissora. O programa, exibido depois da minha experiência lá, afetou negativamente a imagem do parque e atualmente o trabalho voluntário no Lion Park não é mais comercializado pela CI Intercâmbio nem pela Volunteer Southern Africa, agências que intermediaram o processo no meu caso. De qualquer forma, o próprio Lion Park parece ainda oferecer a experiência que, de acordo com o que consta no site,  mantém basicamente a mesma programação de quando eu estive lá.

O parque oferece transfer aeroporto – parque – aeroporto; como cheguei alguns dias antes para conhecer Joanesburgo, acabei por voltar ao aeroporto para encontrar o transfer, que não poderia partir de outro lugar. Estando hospedado na região de Sandton o trajeto de/para o aeroporto é bem tranquilo usando o Gautrain como relatado no post sobre Joanesburgo.

Após encontrar o motorista do parque no aeroporto e levar cerca de 45 minutos do aeroporto ao parque fomos recebidos pelas incríveis Karen e Mari Anne, coordenadoras dos voluntários que mostraram as instalações dos voluntários e as dependências principais do parque.

Ficamos alojados em tendas amplas, com capacidade para quatro pessoas; junto às tendas, uma cozinha comum e banheiros compartilhados para homens e para mulheres. Logo no dia da chegada o parque oferece transporte até um supermercado relativamente próximo para que os voluntários possam comprar o que desejarem, especialmente para o jantar. O café da manhã e o almoço dos voluntários pode ser pedido nas lanchonetes do parque, mas o jantar é por conta de cada um e pode ser preparado na cozinha compartilhada.

Também no primeiro dia os voluntários podem fazer o tour mais básico do parque, para ter uma ideia dos campos onde ficam os leões. Este é o tour que pode ser feito em carro particular ou nos veículos do próprio parque. Os voluntários, aliás, podem fazer este tour sempre que tiverem disponibilidade de tempo e de vagas nos veículos do parque.

A partir do dia seguinte começam as divisões das atividades. Todos os dias uma tabela é afixada com as atividades de cada voluntário no dia seguinte, que basicamente eram 4: controlar a entrada dos visitantes no parque, controlar a entrada dos carros na área dos campos dos leões, embalar e vender comida para as girafas e auxiliar os tratadores nos espaços onde os turistas podem entrar para interagir com os leões mais jovens. As atividades  principais ocorrem basicamente entre 9h e 18h, sempre em turnos de 2h. Cada voluntário deve cumprir em média 3 turnos  por dia, mas este número depende de vários fatores. Além destas “atividades principais”, os voluntários podem ser chamados a ajudar em várias outras tarefas como preparar comida para os leões mais jovens, suricatos e demais animais no começo da manhã, limpar as áreas principais do parque, ajudar a consertar cercas e outros espaços, ajudar a cortar carnes para servir de alimento aos animais do parque, guiar excursões escolares, entre várias outras.

Naturalmente, como em qualquer novo trabalho, no começo todos ficam um pouco “perdidos”, mas os voluntários que já estão no parque quase sempre se propõem a ajudar e, com um pouco de boa vontade, em pouco tempo já se está familiarizado com todas as atividades.

Entre os dias de trabalho o parque oferece alguns tours aos voluntários, que vá foram relatados aqui. São eles: visita ao Croc City – Crocodile and Reptile Park, visita ao Glen African Country Lodge e safari em Pilanesberg. Os voluntários são avisados com alguma antecedência e no dia e horário combinados são levados pelo próprio motorista do parque. Além destes passeios há um jantar oferecido pela Volunteer Southern Africa em um restaurante típico sul africano onde o buffet inclui iguarias como ensopado de antílope!

Ainda sobre o tempo livre, à noite os voluntários podem pedir um táxi e ir até algum bar ou shopping relativamente próximos ao parque; além disso há um dia livre por semana, que pode ser aproveitado fora do parque mas que os voluntários costumam aproveitar para descansar e ter tempo livre no parque sem nenhuma “obrigação”, uma vez que com o uniforme podemos permanecer livremente em praticamente qualquer dependência do parque.

A experiência que tive no Lion Park foi, sem dúvida, uma das melhores da minha vida. Mesmo com uma trajetória acadêmica e profissional sem nenhuma relação com animais, é uma oportunidade única de viver experiências completamente fora do cotidiano da maioria de nós, trabalhar em equipe com pessoas de várias partes do mundo e aprender muito com o convívio diário com os leões e a sua incrível sensibilidade.

Antes de voltar, a agência local pediu que eu escrevesse um pequeno depoimento sobre o período que passei por lá e que reproduzo aqui.

“Yes, the cubs are amazing… But to be a volunteer at Lion Park is much more than just “touch a cub”. Work here is to learn about how you can do many different things; it is to learn how you can meet amazing people that suddenly become part of your life; and, learning how fantastic it is to build a relationship with the lions, and how this relationship, when based on trust and mutual respect, can last forever.”

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